A reforma tributária brasileira, ao alterar a lógica de arrecadação para a cobrança de impostos no destino final do consumo, pode impactar significativamente a distribuição geográfica das atividades econômicas no país. Historicamente, estados do Nordeste, como Ceará, Pernambuco, Bahia e Paraíba, atraíram indústrias por meio de incentivos fiscais, promovendo o desenvolvimento regional e reduzindo a migração para o Sudeste.
Com a nova sistemática tributária, esses incentivos perderão eficácia, tornando menos atrativo para as empresas se instalarem em regiões que não sejam grandes centros consumidores. Isso pode levar à desindustrialização de áreas que antes se beneficiavam dessas políticas, resultando em aumento do desemprego e possível retomada de fluxos migratórios para o Sudeste.
Além disso, estados que historicamente utilizaram incentivos fiscais para fomentar o desenvolvimento regional, como Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina, também precisarão repensar suas estratégias para manter a competitividade e evitar a perda de investimentos.
A reforma tributária, portanto, não apenas modifica aspectos fiscais, mas também tem o potencial de reconfigurar o cenário socioeconômico do país, exigindo atenção especial às políticas de desenvolvimento regional para mitigar possíveis impactos negativos.
Fonte: Migalhas – https://www.migalhas.com.br/depeso/429303/a-reforma-tributaria-e-a-migracao-nordestina